Oficinas formativas irão
estimular o pensamento crítico e a criação de cineclubes em Caruaru,
Taquaritinga do Norte, Limoeiro, Surubim, Belo Jardim, Agrestina e Tacaimbó
Caruaru já é uma terra famosa por
sua riqueza de manifestações populares e o Projeto Para ver, refletir e praticar o
cinema: oficinas de cineclubismo no Agreste PE vem trazer ainda mais
força à cultura local ao democratizar a relação entre o público e o cinema.
Oficineiras e oficineiros filiados à Federação Pernambucana de Cineclubes
(Fepec) vão facilitar 15 encontros nas escolas da rede pública e também em dois
movimentos sociais para ajudar a compreender e refletir o cinema, além de
estimular a prática cineclubista e a formação de cineclubes nos espaços das
oficinas.
Os jovens urbanos da rede pública
de ensino são os principais protagonistas dessa história, mas o projeto
considera ainda a inclusão de gênero, do meio rural e dos espaços alternativos
de formação. Das 15 oficinas, 09 serão realizadas na Cidade de Caruaru, sendo
uma em parceria com o Movimento dos Sem Terra – MST, uma com o Movimento da
Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste – MMTR-NE e uma no distrito de Peladas.
Taquaritinga do Norte, Limoeiro, Surubim,
Agrestina, Belo Jardim e Tacaimbó também contarão com uma oficina em
cada um dos municípios.
Todos as oficineiras e
oficineiros são integrantes de cineclubes e facilitadores experientes, filiados
à Fepec com atuação prévia em oficinas
de cineclubes. O acervo dos diversos filmes utilizados também é da Fepec. Numa
perspectiva de democratização da cultura, as novas tecnologias digitais trazem
uma oportunidade preciosa de acesso e distribuição das obras audiovisuais. E o
fortalecimento do movimento cineclubista nas escolas vem justamente aliar o uso
da tecnologia à formação de sujeitos cidadãos, estimulando críticas estéticas, políticas e sociais.
De acordo com o Artigo 3º da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN/1996), um dos princípios para
a realização do ensino nas escolas é a “liberdade de aprender, ensinar,
pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber”, o que está em
consonância com a filosofia e prática cineclubistas. Segundo Cristovam Buarque,
“O cinema é a arte que mais facilidade apresenta para ser levada aos alunos nas
escolas”, e que “os jovens que não têm acesso a obras cinematográficas ficam
privados de um dos objetivos fundamentais da educação: o desenvolvimento do
senso crítico”.
O Projeto Para ver, refletir e praticar o
cinema parte dessa proposta e constrói novas relações entre o público e o cinema. Vem ainda reparar um
desequilíbrio de Pernambuco: Atualmente, dos 88 cineclubes filiados à
Fepec, 45 estão concentrados na Região Metropolitana do Recife. Também é
importante fazer um resgate histórico do cineclubismo em Caruaru: no final dos
anos 1970 e início dos 1980, esteve em cena o Cineclube Lumière, que teve entre
seus integrantes o cineasta Cláudio Assis. Agora, as oficinas vão dar fôlego
novo às relações afetivas com a sétima arte em toda a cidade.
As oficinas acontecerão em dois ciclos: o primeiro de outubro a dezembro de 2013, e o segundo de fevereiro a abril de 2014. Os ciclos contarão com um evento de culminância sobre cinema, educação e cineclubismo, quando os jovens participantes das oficinas receberão os certificados e terão oportunidade de bater papo com cineastas pernambucanos que também têm uma história com os cineclubes, além de representantes do atual movimento cineclubista pernambucano. As oficinas pretendem inspirar iniciativas semelhantes de formação cineclubista por todo o interior.
O Projeto Para ver, refletir e praticar o
cinema é produzido e coordenado pelas comunicadoras e cineclubistas
Raquel Santana, Yanara Galvão e Natália Lopes. Elas possuem ampla atuação no
audiovisual e no cineclubismo, principalmente com os cineclubes Cine Alto do
Moura, em Caruaru, Cineclube da Laia, em Camaragibe, e Fazendo Milagres
Cineclube, em Olinda. O Projeto tem o incentivo do Funcultura Audiovisual 2013 e também
recebe apoio da Gerência Regional de Educação (Agreste Norte), da Secretaria
Especial da Mulher de Caruaru, da Prefeitura de Limoeiro, do Sesc Surubim, da
Produtora Taquary Filmes e da Escola Municipal Manoel Teodoro de Arruda
(Distrito de Serra do Vento, Belo Jardim).
Gabriela Monteiro (assessora de comunicação) –
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